20 de Maio de 2022
– Os acidentes em casa são mais frequentes do que se imagina e, inclusivamente, são a principal causa de morte em crianças.
Eu, com 3 filhos e com diferenças de 3 anos para cada um, digo, qualquer objeto que a criança encontre em casa, pode tornar-se num brinquedo muito interessante!
Todos os cuidados são poucos, já diziam as nossas mães e é bem verdade, quando se trata de cuidar e proteger crianças menores que tudo querem explorar.
Tipos de acidentes mais frequentes:
– Quedas: Cuidado com as escadas, varandas, tapetes sem antiderrapantes, bancadas de cozinha e não menos importante a escolha da cama. Esta deverá ser de grades e deverá ser assegurada a sua fixação.
– Engasgamento/sufocamento: Pastilhas elásticas, rebuçados, botões, rolhas, moedas, rolhas de garrafa e brinquedos com peças pequenas. Cuidado também com os sacos plásticos, fios de telefone e almofadas.
– Intoxicações: Os medicamentos devem ser guardados em caixas bem fechadas e em lugares altos. Produtos de limpeza deverão ser guardados fora do alcance das crianças e nunca deve colocar detergentes ou produtos tóxicos (lixivias, pesticidas e inseticidas) em garrafas de água/refrigerantes já usadas. Se estas situações não foram possíveis, coloque trincos e cadeados nas portas dos armários.
– Queimaduras: Cuidado com líquidos quentes, não deixe panelas ao lume sem ninguém estar por perto e certifique-se que desliga os bicos do fogão quando acaba de cozinhar. Guarde os fósforos e os isqueiros em lugares altos, vire os cabos das fritadeiras para dentro do fogão, e tenha cuidado ao utilizar a panela de pressão. Nunca deixe o ferro ligado, que além da elevada temperatura, é perigoso porque pode ser puxado pela criança.
– Aspirações de corpos estranhos: Pequenos objetos ou até pequenas peças de brinquedos, são atrativos para as crianças levarem à boca e até meterem nos buracos do nariz. Isto faz parte do normal desenvolvimento infantil e aqui a atenção deve ser redobrada.
– Afogamentos: Nunca deixe a criança sozinha perto de uma piscina, praia, lagos, seja em que circunstância for. Coloque braçadeiras ou coletes às crianças que não sabem nadar e esteja atento às brincadeiras perto e dentro de água.
– Choques elétricos: Quando as crianças começam a gatinhar, ou até um pouco mais crescidas, as tomadas elétricas assumem uma atração especial que resulta na tentação de aí enfiarem os dedos e pequenos objetos. De forma a evitar estas situações, instale protetores em todas as tomadas da casa.
– Traumatismos: Cuidado com os objetos pontiagudos ou cortantes, como facas, tesouras ou chaves-de fendas. Mantenha-os sempre fora do alcance das crianças.
– Inalação de gás: As crianças acham piada brincar com os botões do fogão, mas o problema é que pode causar um vazamento de gás, sem que o adulto se aperceba. Sugerimos a compra de um fogão com bloqueio de segurança ativo para que não haja essa tentação.
– Armas: O ideal é não guardar armas em casa, mas se as tiver, não as guarde carregadas e mantenha as munições guardadas longe da arma. Guarde as armas sempre em local seguro, totalmente inacessível às crianças.
Às vezes bastam alguns segundos de distração para que os acidentes aconteçam.
E porque há sempre outros perigos…
Como qualquer mãe, também eu passei por uma experiência infeliz com meu filho do meio, o Duarte, aos 4 anos.
Final da tarde de um sábado, um momento em família fez-nos procurar uma pista de gelo para experimentar. A pista estava a 1 hora de fechar e quase vazia, o cenário estava perfeito para passarmos por uma primeira experiência.
O João, meu marido, entra na pista com o Duarte e a minha filha mais velha, Ana Luísa, eu fico com a mais pequena, Maria, do lado de fora.
O Duarte, não cumprindo com o tamanho que permitia andar sozinho, teve de sentar numa mini cadeira com corpo de foca, com 4 rodas e a ser empurrado pelo pai.
Porém, numa das curvas da pista, o Duarte cai e alguém passa por cima do dedo mindinho da mão direita.
Nada a fazer… após 5 horas no bloco operatório e 10 dias internados, o Duarte volta a casa com um plano de cicatrização de umas semanas e com o dedo mindinho sem a 1ª falange.
Hoje, tem 11 anos, e aprendeu a viver com a pequena diferença.
Moral da história
A verdade é que, a criança para desenvolver a noção do perigo e dos comportamentos perigosos, precisa experimentar. Não nos devemos limitar a proibir, devemos consciencializar, supervisionar e sermos vigilantes…
Dê liberdade ao seu filho(a) para brincar e explorar, mas seja vigilante e atento, principalmente, na fase mais precoce do seu crescimento e desenvolvimento.
E não se martirize demasiado se um pequeno acidente acontecer, mesmo quando a criança está ao nosso lado. Eu estava lá, e não pude evitar…
Por: Ana / Carmen